Hoje vou responder uma das dúvidas que mais pesam na cabeça dos profissionais de redação: Quanto cobrar por palavra? Quanto cobrar por artigo de 500 palavras? Como cobrar por meus serviços de redação?
Então, vou direto ao ponto.
Entenda a seguir TUDO o que você precisa considerar na hora de definir o preço do seu trabalho, como calcular o preço da sua hora e outros pontos FUNDAMENTAIS que você precisa ter em mente sobre esse assunto.
Quanto cobrar por palavra: 2 estratégias práticas pra nunca mais ter dúvidas
Cobrar por palavra é uma prática muito comum no mercado de comunicação — é por isso que você está aqui. Mas, como definir o preço ideal de cada palavra e começar hoje mesmo a prospectar novos clientes?
Veja a seguir algumas estratégias que vão te ajudar a definir quanto cobrar por palavra e, consequentemente, quanto cobrar por artigo de 500 palavras — ou qualquer outro tamanho
Média do mercado
Nem todo mundo que se torna um redator freelancer senta pra fazer um planejamento prévio. Às vezes, as coisas simplesmente acontecem, assim como foi comigo.
Na época em que decidi começar a procurar por trabalhos de redação freelancer, não fazia a menor ideia do que considerar na hora de definir o preço do meu trabalho — nem queria perder tempo com isso. Meu foco era ganhar experiência, estudar as possibilidades, entre outras coisas.
Então, usei como base a média do mercado e uma tabela pronta que encontrei na internet.
Como fazer isso: pra descobrir quanto cobrar por palavra de acordo com a média do mercado, basta perguntar pra outros redatores qual o preço que eles consideram justo. Ao abordar essas pessoas, use a objetividade. Pergunte: quanto cobrar por artigo de 500 palavras ou quanto cobrar por artigo de 1000 palavras, por exemplo.
Você pode fazer isso em grupos de redatores nas redes sociais ou usar o Linkedin a seu favor. Para isso, basta digitar “redator freelancer” no campo de busca e solicitar uma conexão com as pessoas que surgirem.
Outra coisa é fazer como eu e usar uma tabela pronta.
Vantagens de cobrar segundo a média do mercado: é fácil, porque você usa preços prontos e não precisa esquentar a cabeça com isso.
Desvantagens de cobrar segundo a média do mercado: existem grandes chances de você ganhar menos dinheiro do que gostaria. Além disso, você passa a ser visto como um profissional médio e que entrega um trabalho ok — nem bom, nem ruim, só ok — ainda que suas entregas sejam excelentes.
Afinal, como você verá mais adiante, o seu preço também diz muito sobre posicionamento profissional.
Sua hora de trabalho
Outra maneira de definir quanto cobrar por palavra é usar como base o preço da sua hora. Essa é, hoje, a minha maneira preferida e é a forma que eu e meu marido utilizamos para cobrar pelos nossos serviços atualmente.
Vale lembrar que quanto mais experiência você adquire, mais custa a sua hora também.
Como fazer isso: para definir quanto cobrar por palavra usando como base a hora do seu trabalho é necessário, primeiro, calcular o seu custo de vida mensal. Inclua nessa conta gastos essenciais como: internet, alimentação, água, luz, entre outras despesas, e faça uma soma para entender de quanto em dinheiro você precisa para viver.
Feito isso, divida o resultado pelas horas que pretende trabalhar durante os 30 dias do mês e você terá o seu preço por hora. Ah! Para uma conta ainda mais precisa, inclua também os dias que pretende tirar de folga, ok? Dias off são importantes para descanso e também imprevistos.
Para calcular o seu preço por hora use a calculadora freelancer disponível no site 99Freelas (com ela você já inclui quantos dias de férias pretende ter no ano).
Com o seu preço por hora definido, hora de usar esse valor como base para descobrir quanto cobrar por palavra. Ou seja, será preciso ter uma ideia de quantas palavras você consegue escrever dentro de uma hora.
Para isso, bumbum na cadeira para escrever. Se você já tem artigos de blog pendentes pra executar, quando começar, anote em um papel o horário exato de início e o horário em que terminou o conteúdo.
→ Se não tiver conteúdo de cliente pra fazer, escreva algo pra você, pro seu blog ou pro seu portfólio.
Caso você use o Trello pra gerenciar as suas tarefas, tenho uma dica marota: use a caixinha de comentários do card pra anotar as horas de início e fim.
Além disso, existem softwares que servem justamente para cronometrar o tempo de execução das tarefas, como o Toggl e o Clockify.
Sabendo quantas palavras em média você escreve dentro de uma hora, basta dividir o preço da sua hora pelo número de palavras para descobrir quanto cobrar por palavra.
Vamos ver na prática:
Supondo que seu preço por hora seja R$50 e que, em média, você consiga escrever 1000 palavras por hora. Nesse caso, o preço a ser cobrado por palavra é: R$0,05. Afinal 50/1000=0,05.
Vantagens de cobrar segundo o preço por hora: é simples de calcular quanto cobrar por texto, independentemente do tamanho, e é uma maneira mais precisa de precificar o seu trabalho.
Desvantagens de cobrar segundo o preço por hora: a única desvantagem é que não é escalável, pois vai chegar um momento que sua agenda vai estar lotada de trabalho (se tudo correr bem) e novos aumentos serão inviáveis (a menos que você encontre clientes dispostos a pagar R$1000 por conteúdo).
ATENÇÃO: se você não tem custos mensais pra viver, seja porque vive com seus pais ou qualquer outro motivo, use como base o seu último salário CLT ou o salário médio de um redator com o seu nível de experiência (júnior, pleno ou sênior).
Quais as outras formas de cobrar pelo seu trabalho
Se você chegou até aqui já sabe exatamente quanto custa a sua hora e quanto cobrar por palavra, se assim desejar. Então, vamos explorar outras formas de cobrar por produção de conteúdo e que muita gente por aí costuma utilizar. Veja:
Cobrar por projeto ou por entrega
Aqui é uma maneira facilitar as coisas pro seu cliente. Em vez de mandar o preço por palavra para o seu cliente em potencial, você manda o preço fechado pela entrega, a partir da soma de horas/palavras necessárias para a execução total.
Nesse caso, em vez de mandar “ó, senhor cliente, cobro X reais por palavra”, você manda “você precisa de 4 textos de 500 palavras? Fica X no total”.
Vantagens de cobrar por projeto ou por entrega: é mais fácil pro cliente entender quanto vai pagar pelo trabalho.
Cobrar por pacote
Uma maneira de “produtizar” os seus serviços e também aumentar a chance de vender mais para um mesmo cliente em potencial é a partir da criação de pacotes. Ou seja, monte alguns “combos” de serviços que você costuma prestar e ofereça isso durante a negociação.
Para montar pacotes de forma estratégica, é preciso prestar muita atenção nas necessidades do seu cliente em potencial. Por exemplo, se o cliente pergunta quanto você cobra por conteúdo, faça algumas perguntas que te ajudem a descobrir exatamente o que ele precisa. Veja:
- Tem quem crie as pautas?
- Precisa de alguém que suba os conteúdos no blog?
- Precisa também de alguém que crie a redação dos posts para redes sociais?
Assim, é possível criar um pacote de serviços e enviar o valor fechado para resolver vários problemas do seu cliente de uma vez só, somando a quantidade de horas/palavras necessárias para a execução de tudo.
Vantagens de cobrar por pacote de serviços: isso aumenta as chances de vender mais para um mesmo cliente e também possibilita a criação de pacotes pré prontos de serviços complementares (post de blog + e-mail marketing; post de blog + redação para redes sociais; vários posts de blog mensais, etc).
O que o seu preço diz sobre o seu trabalho
Aqui vai uma coisa pra te fazer pensar: imagine que você entra em uma perfumaria e pede pra vendedora mostrar alguns frascos que estão expostos na prateleira. Ela pega vários, de diversos tamanhos, formatos e preços.
Antes de começar a sentir as fragrâncias, você espia o preço nas etiquetas pra saber qual vai caber no seu orçamento.
Agora, me diz, sem nem sequer experimentar os perfumes, você chutaria dizer que o melhor deles é o que custa R$50 ou o de R$300?
Provavelmente você diria que o de R$300 é melhor.
Voltando ao assunto deste post, o seu preço provoca algumas percepções iniciais no seu cliente em potencial a respeito do seu trabalho. Ou seja, quanto maior o preço cobrado, maior será também a expectativa do seu cliente em relação ao nível de qualidade da sua entrega.
Sendo assim, pense bem antes de cobrar um preço PREMIUM quando você não sabe se é capaz de fazer uma entrega a altura — e vice versa.
É possível usar diferentes estratégias de precificação?
Ao longo desses 5 anos de trabalho como redatora pude perceber que existem diferentes tipos de necessidade quando o assunto é produção de conteúdo para blogs.
- Há clientes que precisam só do conteúdo, pois já contam com profissionais de planejamento para elaborar pautas e definir as palavras-chave;
- Há clientes que precisam do levantamento da palavra-chave + conteúdo;
- Há clientes que precisam do levantamento da palavra-chave + conteúdo + upload deste artigo no blog…
Ou seja, é possível criar preços diferentes para atender às diferentes necessidades. E aqui vai uma dica marota: quando o cliente perguntar, diga o preço incluindo o maior número de serviços agregados.
Assim, se ele precisar somente do seu serviço mais básico, o seu preço vai parecer ainda mais vantajoso. E se ele precisar dos outros serviços, vai ficar feliz em saber que pode contar com você.
Quanto cobrar por texto: 4 sinais de que é hora de aumentar os seus preços
Ser seu próprio chefe significa, entre outras coisas, saber também quanto é hora de aumentar o preço dos seus serviços.
Por isso, aqui vão 4 sinais que não devem ser ignorados:
- O seu orçamento é aceito logo de cara por mais de 80% dos seus clientes em potencial;
- Você está recusando propostas, pois já não dá conta de atender todas as demandas que aparecem;
- Seu portfólio é forte, você tem consciência disso, e possui depoimentos de clientes satisfeitos em seu site ou perfil do Linkedin (prova social);
- Mesmo com o custo de vida subindo, seus preços não são atualizados há mais de 6 meses.
Além disso, há um sinal que não precisa de justificativa: você julga que está cobrando pouco. Se você enxerga que o seu trabalho vale mais, suba o preço também.
Quanto subir?
Suba pelo menos 20% do preço. Dessa forma, se um cliente reclamar ou discordar do aumento, você pode reduzir 10% e, ainda assim, manter um aumento de 10%.
Uma dica marota: a virada de ano é um bom momento pra atualizar os seus preços, pois a maioria dos prestadores de serviço têm o hábito de fazer isso. Ou seja, seu cliente pode até já estar contando com esse aumento, o que diminui as chances de uma objeção.
Qual o momento ideal de informar os preços para o seu cliente?
O seu cliente vai querer saber o preço do seu trabalho logo de cara. Aliás, grandes chances de essa ser a primeira pergunta dele:
“Quanto custa?”
E você pode tomar dois caminhos:
- Dizer o seu preço por palavra/por conteúdo (prefira sempre informar o seu preço por conteúdo/entrega, afinal é mais fácil pro cliente assimilar);
- Fazer perguntas sobre as necessidades do cliente e mostrar VALOR antes de informar o preço.
Se o cliente já entende o que é marketing de conteúdo e sabe exatamente qual o trabalho de um redator, como no caso de agências e especialistas em marketing digital, diga logo o preço.
Se o cliente não entende como funciona o trabalho de um redator de conteúdo web e é a primeira vez dele contatando esse tipo de profissional, opte, sempre que possível, mostrar valor antes de preço.
Afinal, é provável que, nesse caso, o cliente não saiba exatamente o que quer ou o que precisa. Sendo assim, quanto mais você mostrar interesse em ajudá-lo, em entender as suas necessidades, maior será a chance de ele não discutir o seu preço.
Agora, algumas considerações finais
- Preço é teste
Quando o assunto é quanto cobrar por palavra ou como cobrar pelo seu trabalho, não há nada escrito em pedra. Tudo é teste. Tudo é experimento.
Uma coisa que eu costumava fazer quando queria subir meus preços era começar por clientes novos. Ou seja, passava o orçamento já com o preço atualizado. Se não houvesse queixa na maioria dos casos, começava a avisar os clientes antigos sobre o aumento.
“Ai, Carol, e se eu perder todos os meus clientes por causa do preço alto?”
Redator inseguro
Como eu disse: é tudo teste. Se você perceber que o preço novo está afastando os clientes, abaixa. Negocia. Dá um passo atrás. Não se esqueça que preços mais altos geram expectativas maiores também.
Sendo assim, se os seus clientes julgam que sua entrega não vale o preço pago, está aí a oportunidade de melhorar as suas habilidades, buscar atualização ou, quem sabe, vender melhor o seu peixe.
- Mantenha os pés no chão
Ninguém começa ganhando R$5 mil, R$10 mil reais por mês.
Se você não tem um bom portfólio, não tem cases de sucesso, não tem depoimentos que atestam a qualidade dos seus serviços, pense um pouco: por que o seu cliente deveria concordar em te pagar R$150 por um conteúdo?
Entende o que quero dizer?
Posicionamento, autoridade, credibilidade, experiência… Tudo isso vem com o tempo, assim como o faturamento cada vez maior.
→ Existe uma ferramenta chamada compare o seu salário com a realidade brasileira que me ajudou a voltar a ter pés quando eu ainda estava trabalhando como estagiária no fórum trabalhista, em 2014.
Nela, você inclui qual o seu salário atual, nesse caso quanto você pretende faturar por mês como redator, o estado onde mora e compara com a realidade do restante das pessoas que vivem na mesma região. É um bom choque de realidade.
Se você chegou até aqui, já sabe exatamente não só quanto cobrar por palavra, mas como trabalhar os preços dos seus serviços de maneira geral — eu disse que minha pretensão era esclarecer TODOS os pontos sobre o assunto e suponho que a meta foi atingida com sucesso.
Agora, vamos aos próximos passos: defina os seus preços, crie um portfólio vendedor e vá atrás de prospectar ainda mais clientes!
“quando o cliente perguntar, diga o preço incluindo o maior número de serviços agregados.
“Assim, se ele precisar somente do seu serviço mais básico, o seu preço vai parecer ainda mais vantajoso. E se ele precisar dos outros serviços, vai ficar feliz em saber que pode contar com você.”
Não entendi o raciocínio.
Exemplo.
Suponhamos que eu ofereça artigo de blog (R$70), página Sobre (R$ 70) e post de LinkedIn (R$ 30).
O prospecto diz: Quanto custa o teu serviço de redação?
Eu: Custa R$ 170.
Ele precisa dos três serviços. Vai ficar feliz. Entendido.
Mas se ele precisar somente da página Sobre vai se assustar, não? Em vez de pensar que “o [meu] preço vai parecer ainda mais vantajoso”.
Sim, essa dica não vai funcionar em todos os casos. Por isso, antes de mais nada, é necessário entender o que o cliente precisa.